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Plataforma Continental

A Plataforma Continental é a continuação natural do território terrestre sob o mar, estendendo-se a partir da costa até a profundidade em que ocorre uma queda acentuada do relevo oceânico. No Direito Internacional, é definida como a área do leito e subsolo das regiões submarinas sobre as quais o Estado costeiro possui direitos exclusivos para exploração e aproveitamento dos recursos naturais.

A delimitação e os direitos sobre a Plataforma Continental estão previstos na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), também conhecida como Convenção de Montego Bay.

Segundo a CNUDM (1982), os direitos do Estado costeiro sobre a Plataforma Continental incluem:

  • A exploração e aproveitamento dos recursos minerais e vivos do subsolo
  • O direito exclusivo de autorizar perfurações e construções
  • A soberania limitada ao leito marinho e ao subsolo, não se estendendo à coluna d’água (que pertence à Zona Econômica Exclusiva)

Por padrão, a Plataforma Continental se estende até 200 milhas náuticas (370 km) a partir da linha de base. No entanto, se a estrutura geológica do solo permitir, o país pode pleitear uma extensão além das 200 milhas, desde que comprove cientificamente essa continuidade.

A delimitação da área estendida deve ser submetida à:

  • Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da ONU

O Brasil apresentou, em 2004, uma proposta à CLPC para ampliar sua Plataforma Continental em cerca de 963 mil km² além das 200 milhas náuticas. O pedido resultou em:

  • Aprovação parcial em 2007
  • Novos estudos e pleitos complementares em regiões como o Platô de São Paulo e o Platô de Rio Grande

Com essa ampliação, a área total sob jurisdição brasileira poderá superar os 5,7 milhões de km², contribuindo significativamente para o conceito de Amazônia Azul.

A Plataforma Continental é de grande importância para o Brasil por vários motivos:

  • Recursos naturais: jazidas de petróleo, gás natural, nódulos polimetálicos e crostas ricas em cobalto e manganês
  • Pesquisa científica: geologia marinha, oceanografia, biodiversidade do fundo oceânico
  • Soberania energética: presença do pré-sal e outras reservas profundas
  • Segurança e defesa: necessidade de monitoramento, dissuasão e presença naval
  • Projeção geopolítica: fortalecimento da posição brasileira no Atlântico Sul

A Marinha do Brasil exerce papel essencial na proteção e vigilância da Plataforma Continental brasileira, especialmente por meio de:

Característica Zona Econômica Exclusiva (ZEE) Plataforma Continental
Extensão Até 200 milhas náuticas Até 200 milhas ou mais (com aprovação da ONU)
Direitos Recursos da coluna d’água e do fundo Apenas recursos do leito e subsolo
Jurisdição Exploração econômica e conservação ambiental Exploração mineral e científica do subsolo
Soberania Soberania funcional Soberania funcional

Este artigo faz parte do Wiki Defesa, uma iniciativa do portal Defesa em Foco para ampliar o conhecimento estratégico sobre o espaço marítimo brasileiro e fortalecer a cultura de soberania.

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  • Última modificação: 2025/03/25 15:07
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